15 anos sem Cobain

Ontem fez 15 anos da morte de Kurt Cobain e acabei não falando nada por aqui – dormi à tarde por conta dos remédios pra gripe, acordei e assisti de novo o documentário do Multishow sobre as últimas 48h na vida de Kurt, terminei tarefas de planejamento da semana e me distraí, acabou passando. Nunca fui exatamente fã do Nirvana na época. Uma vez cheguei a brigar com umas gurias do cursinho por conta disso (em um embate de camisetas). Tenho um grande amigo que até hoje detesta o Nirvana pelo fato do grunge ter causado a derrocada dos poseurs de LA. Para mim era uma banda superestimada pela crítica e que fez com que o hard rock glam cheio de laquês e roupas de oncinha que eu tanto curtia desaparecesse e fosse trocado um monte de gente com cabelo sujo e camisas de flanela. Lembro de várias capas de revista, jornais, etc estampando a morte de Kurt e pensei que nada daquilo fazia muito sentido. Logo depois disso, meio que reneguei o rock e me concentrei na música eletrônica por achar que estava tudo muito chato, um marasmo. Engraçado que esses processos de cooptação que transformaram o rock em algo burcrático fizeram a mesma coisa com a eletrônica que atualmente vive seu momento de chatice. Mas isso é tema para um outro post. Hoje em dia acho que o Nirvana tem seus méritos, quando pensamos na atual situação do rock em geral. No entanto, sempre achei que o grande talento musical da banda fosse de Dave Grohl, que com o Foo Fighters provou que eu estava certa. Mas Cobain era o centro da polêmica e o vocalista atormentado – indeciso entre continuar sendo o mesmo cara de sempre ou um rockstar milionário em seu estereótipo – que se matou e virou lenda cumprindo a trajetória mítica do rock star que desaparece no auge da carreira e vive pra sempre na memória e na mídia. E 15 anos depois, parece que a cena toda está completamente estagnada. Seria um novo momento histórico propício para o surgimento de algo como Nirvana? Creio que não, acredito que essa era dos mitos está ruindo, o que é até bom por um lado, a segmentação da Internet e as formas de consumo de áudio são outras. Contudo, sempre vai haver aquele garoto da esquina com uma camiseta do Nirvana ou dos Ramones.. afinal é sempre necessário que tenham bandas que exponham suas vísceras ao público e que inspirem tantos fãs.