Mais pesquisas sobre fãs e fandoms no Brasil
Estou atarefada por conta das avaliações do final de semestre da disciplina de Jornalismo Online I (vou fazer um post só sobre isso na semana que vem, apenas aguardo o término e entrega dos relatórios e notas); da participação no #gtciber da Compós (mais informações e análise do que aconteceu esse ano no grupo através desse post da Raquel Recuero) e dos preparativos para uma viagem ao Rio de Janeiro, de onde escrevo, mais especificamente com o pessoal do Laboratório de Pesquisa em Culturas e Tecnologias da Comunicação, o LabCult do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói, RJ.
Apesar de parecerem desconectados, citei esses acontecimentos porque eles estão diretamente relacionados ao tema desse post que é o aumento quanti e qualitativo das pesquisas sobre fãs e fandoms em geral no contexto acadêmico brasileiro. Embora não tivesse nenhum trabalho específico sobre fãs no #gtciber desse ano, em vários momentos a discussão acerca das mobilizações em sites de redes sociais, trending topics do twitter, etc acabaram apontando para esse fenômeno. Além disso, na terça-feira dia 14 de junho ocorreu a premiação de Teses e Dissertações da Compós – Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação.
A escolha da melhor tese de Doutorado fortalece as pesquisas de fãs, pois quem ganhou foi o Bruno Campanella com o trabalho “Perspectivas do cotidiano: um estudo sobre os fãs do Big Brother Brasil”. Eu já vinha acompanhando os primeiros resultados desse trabalho, orientado pelo colega João Freire Filho (UFRJ) desde a Compós de 2009. Acho ótimo que um tema desses tenha sido premiado, o que demonstra que lentamente estamos avançando em relação a certos preconceitos em relação a alguns objetos, e que isso não compromete a pesquisa. Não gosto de fazer #mimimi publicamente mas às vezes é preciso recorrer a esses subterfúgios. Também comento isso devido aos #mimimis que escutei sobre a área de games e de teorias.
Outra pesquisa defendida recentemente, dessa vez em nível de Mestrado foi a da Giovana Santana Carlos que pesquisou as práticas dos “scanlators” de mangá no Brasil, fãs tão devotados que scanneiam e traduzem mangás japoneses para o português, em um trabalho “amador”. Giovana foi minha orientanda no PPG em Comunicação e Linguagens da UTP (Universidade Tuiuti do Paraná), mas infelizmente quando me mudei para Porto Alegre não foi mais possível orientá-la. De qualquer forma, ela finalizou uma dissertação muito bacana no mês passado intitulada “O(s) fã(s) da cultura pop japonesa e a prática de Scanlation no Brasil“. Assim que as recomendações da banca forem incorporadas, a Gi vai postá-la online. Sim, escrevi isso porque assim ela se obriga a fazer 🙂
Por fim, ontem participei da banca de defesa de Mestrado do Lucas Leander Waltenberg (@luacs) que apresentou uma dissertação que gerou várias reflexões sobre a cultura da música em tempos de redes sociais. “Cultura da música na era digital: a reconfiguração da indústria fonográfica em tempos de participação” trouxe como estudo de caso a banda mineira Pato Fu e suas estratégias de presença online. Apesar de não ser um trabalho específico sobre os fãs do Pato Fu, em um capítulo e mesmo na análise, conceitos e categorias empíricas relacionadas aos fãs apareceram ora pela voz dos próprios como moderadores das comunidades sobre a banda ou nas observações coletadas através da entrevista com Fernanda Takai.
E quem souber de mais pesquisas sendo defendidas por favor, envie os links ai nos comentários. Juntamente com a @camisfm estou organizando um grande banco de dados sobre o tema e vamos compartilhando por aqui.